VAR e imprensa, um “casamento arranjado” com cara de divórcio
Não é de hoje que a imprensa esportiva vem “caindo matando” em cima do VAR. A tecnologia que surgiu para favorecer o trabalho da arbitragem em lances duvidosos, principalmente nos momentos de gols, vive seus últimos dias em um inferno astral. Aliás, inferno mesmo estão jogadores, clubes e torcedores, que vivem a se queixar do uso do televisor na beira do campo por parte do árbitro e do tempo que leva até a confirmação ou não de um lance crucial da partida.
Recentemente, o Campeonato Brasileiro promoveu mais um episódio lamentável envolvendo o “querido” VAR. No jogo entre Botafogo e Palmeiras, o time paulista saiu-se vencedor pelo placar de 1 a 0, graças a um pênalti confirmado pelo árbitro e convertido pelo zagueiro Gustavo Gómez.
A questão é que na hora, o lance não foi sequer questionável pelo juiz. Foi pênalti e pronto! Sem mais! Insatisfação dos botafoguenses de um lado, alegria para os palmeirenses e liderança provisória do torneio do outro, e por fim, um caso que foi parar no STJD. Resultado, as preces cariocas aparentemente foram atendidas, e a partida válida pela sexta rodada do Brasileirão foi suspensa temporariamente.
Sendo assim, o Botafogo teria um prazo de dois dias úteis, a partir da suspensão do jogo, para provar ao tribunal que houve irregularidade na marcação do penal em favor do clube alviverde.
Mas a questão não se trata do STJD pedir a CBF não homologar o resultado de Palmeiras e Botafogo, e sim o fato de que nós como imprensa, assim como torcedores, clubes e jogadores, estamos insatisfeitos com o trabalho nada interessante do recurso do VAR. Ao meu ver, o mecanismo somente atrasa uma partida, tira totalmente a concentração e pique dos atletas e a paciência de quem está acompanhando o jogo.
E mais: se o futebol mundial ficar totalmente à mercê dos resultados do VAR, ou seja, depender da sorte desta ferramenta, então qual seria o verdadeiro trabalho do árbitro em campo? E dos bandeirinhas e do quarto árbitro? Pois é, tudo isso devia de ser pensado pelos “comandantes supremos” do futebol.
Todavia, a previsão é que seguiremos nesta mesma toada sem fim. Lances serão marcados e VAR consultados. Entretanto, acredito que o lado que se sagrará triunfante será a televisão, que concentrará mais a atenção de seu público, à espera da resolução de uma partida quando a mesma depender da utilização do recurso tecnológico.
A tecnologia é sempre bem-vinda ao esporte, mas necessita ser avaliada e, por vezes, criticada construtivamente pelos profissionais da imprensa esportiva, bem como aos demais personagens que participam do meio futebolístico, mas sempre de forma sensata.
O “casamento arranjado” entre VAR e imprensa/torcedor/clubes já vem há tempos mostrando sinais de desmoronamento. Só o tempo para dizer se tudo isso vai acabar em bonança ou tempestade. Vamos aguardar.
Por Leandro Massoni
17 de julho de 2019 @ 19:22
OLá. Fiquei muito interessado pelo seu post.Vou acompanhar ! Seu blog é TOP. Este tipo de conteúdo tem me agregado muito conhecimento.Grato !
2 de outubro de 2019 @ 15:27
Olá Evy, tudo bem? Muito obrigado pelos elogios! Continue nos acompanhando. Estamos recheados de novos conteúdos! Abraços 😉