O “Fake News” também invade o esporte
Infelizmente, são muitos os profissionais que se deixam levar – querendo ou não – por informações imprecisas, sem ao menos dar-se o trabalho de checá-las antes de soltá-las ao ar.
Não é de hoje que as falsas notícias, ou melhor dizendo, os boatos incipientes estão invadindo cada vez mais o espaço do jornalismo esportivo. E esses contratempos tem proporcionado erros diversos de comunicação na imprensa. Atualmente, o público ao ler uma matéria em um determinado site (que por vezes pode parecer confiável… eu disse: parecer) pode, infelizmente, cair no que é chamado peculiarmente de “o conto do vigário”.
Essa expressão datada de séculos passados que significa uma história elaborada com o objetivo de burlar alguém serve como exemplo neste contexto a fim de ilustrarmos os casos recentes que estamos acompanhando de falsas notícias, o chamado “Fake News”. Infelizmente, são muitos os profissionais que se deixam levar – querendo ou não – por informações imprecisas, sem ao menos dar-se o trabalho de checá-las antes de soltá-las ao ar.
E é bem verdade que em alguns casos, o “Fake News” serve como aliado principalmente para potencializar fatos ainda não tão bem explorados com a intenção de fazer com que o veículo de comunicação se sobressaia entre os demais ao dar uma notícia considerada “bombástica”, que ao meu ver, se resume em uma mera polêmica, um pavio acesso para uma possível explosão que, em certos casos, pode vir a tornar-se tanto um fato mundial quanto um caso à parte e totalmente isolado do conhecimento de muitos.
Esses assuntos, aliás, me fazem lembrar desta outra situação curiosa (e isso eu digo sem fazer críticas severas): existem sites que pregam aquela conhecida apologia ao humor mesmo usando espécies de atestados de antecedência (mensagens na homepage) alertando os leitores de que seu conteúdo não passa de informações meramente ilusórias com a finalidade de provocar risos.
Até aí, nada contra. Contudo, mesmo que o jornalista ou redator desses sites venham a declarar que seus conteúdos não passam de falsidades com o pretexto de divertir as pessoas, haverá sempre uma fatia de público consumidor em massa de qualquer tipo de informação que, enquanto desavisados da falta de veracidade nas histórias, virão a cair sempre no velho “conto do vigário”.
Então, a questão é que o erro não está somente no jornalista ou nesses sites de humor (que volto a dizer que nada tenho contra, pois sou um ser humano que preza as boas relações inspiradas no humor sadio), e sim, na cultura da população consumista que, por mais que diga que “o que saiu na internet é verdade”, não estará sendo honesta com ela mesmo até o instante em que perceberá que estava ou está diante de uma mentira sem fundamentos.
Para sermos mais diretos, a checagem (seja você jornalista ou leitor) é fundamental em todos os quesitos, ainda mais quando está em jogo informações que possam comprometer a vida e o futuro de um atleta, clube ou qualquer que seja a situação que estejam vivenciando. É necessário ressaltar que a partir do momento em que abrimos um jornal, sintonizamos uma rádio ou ligamos a televisão e, principalmente, quando acessamos sites diversos, devemos ter um olho para a notícia e seus títulos e outro para o que pode ser considerado ou não verdade dentro daquele conteúdo exposto.
Embora o Google, assim como algumas redes sociais como o Facebook estejam tomado medidas em combate à proliferação do “Fake News” oferecendo instruções e dicas de como nos prevenirmos diante de situações nas quais a informação se apresente duvidosa, a verdade é que o futuro do jornalismo em geral não depende apenas de mecanismos ou quaisquer estratégias para que sejam verificadas a veracidade da notícia. É de necessária importância dizermos que em meio a essa onda de inverdades, nós como jornalistas temos o real desafio de reverter este certame através da ética, honestidade e compromisso com o público.
Por Leandro Massoni Ilhéu, publicado originalmente no Portal Imprensa